Rebeldes sírios incendiaram túmulo de pai de Bashar al-Assad

por Inês Moreira Santos - RTP
Orhan Qereman - Reuters

Os combatentes rebeldes sírios destruíram, esta quarta-feira, o túmulo do pai do presidente deposto, Bashar al-Assad. A sepultura do antigo presidente da Síria Hafez al-Assad estava na aldeia natal da família.

Localizado num mausoléu na região alauita de Latakia, o túmulo de Hafez al-Assad - que liderou a Síria durante três décadas - foi incendiado por combatentes rebeldes, segundo o Observatório da Organização Síria de Direitos Humanos (OSDH).

Vídeos amplamente partilhados nas redes sociais mostravam homens armados a gritar enquanto caminhavam à volta do mausoléu em chamas.

“Homens armados que se fizeram passar por soldados do Comando de Operações Militares dispersaram-se pela cidade de Al Qardaha” e incendiaram o túmulo de Hafez esta madrugada, além de atacarem outros túmulos,
adianta o Observatório.

Ainda não se sabe quais os danos causados ao mausoléu de Hafez, onde também estão sepultados outros membros da família al-Assad, como o filho Bassel, o primogénito, que morreu aos 32 anos num acidente de viação.

Segundo a mesma entidade, este ato dos combetentes ocorreu depois de líderes do Comando de Operações Militares - da coligação insurgente que liderou a ofensiva que derrubou o Presidente derrubado Bashar al-Assad - se terem reunido com "figuras proeminentes de Al Qardaha", incluindo xeques tribais da minoria alauita - um ramo do Islão xiita professado pela família al-Assad - "para obter o seu apoio e restaurar a segurança na região”.

Recorde-se que, Hafez al-Assad morreu no verão de 2000, depois de ter estado no poder e de ter governado a Síria com mão de ferro desde 1971. Pai e filho estão sepultados num mausoléu com telhado branco adornado com textos do Corão e os caixões estão sob o chão de mármore.

Os rebeldes liderados pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) invadiram a Síria com uma ofensiva relâmpago que derrubou o governo de 54 anos da dinastia Assad. Bashar al-Assad fugiu para a Rússia, onde recebeu asilo juntamente com a família.

Nos últimos dias, estátuas e cartazes de Hafez e de Bashar foram destruídas em todo o país, sob aplausos dos sírios que comemoram o fim do Governo.
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